data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Eduardo Ramos
O sepultamento do pracinha Aribides Rodrigues Pereira, ocorreu nesta quinta-feira com honras militares, no Cemitério Ecumênico Municipal em Santa Maria.
Aribides morreu aos 101 anos, devido a complicações no sistema urinário. Ele estava internado no Hospital Geral de Santa Maria (HGU), desde a última sexta-feira.
Durante a cerimônia fúnebre, familiares, amigos e militares do Exército Brasileiro prestaram suas condolências ao herói. Os generais Sergio Luiz Tratz e Marcelo Carvalho Ribeiro, comandantes da 3ª Divisão de Exército (3ª DE) e 6ª Brigada de Infantaria Blindada, respectivamente, compareceram ao ato.
Os militares do 4º Batalhão Logístico (4º B Log) realizaram uma salva de tiros e o toque de silêncio, e o caixão estava envolto pela Bandeira do Brasil. O corpo do pracinha foi sepultado no Jazigo dos ex-combatente da FEB.
O filho de Aribides, Ademir Portela, 69, comenta o legado que o pai deixa:
- É um momento de emoção e forte, pois é a perda de um homem patriota. Ele foi um homem muito valente e que sempre lutou pela verdade. Tanto que foi lutar para que não tivéssemos um nazismo no Brasil e no mundo - diz emocionado.
O amigo e zelador do condomínio onde Aribides morava há cerca de 20 anos, Silas Justen, 46, lembra de alguns momentos que mostram a lucidez do pracinha, mesmo com uma idade já avançada.
- Ele sempre foi uma pessoa querida, sempre ativo e participativo. Ele tinha muito vigor físico, era forte. Não gostava de pedir ajuda aos outros, tentava resolver as coisas sozinho antes de recorrer a alguém. No quarto, ele tinha hasteada uma bandeira do Brasil. Agora, fica a saudade um representante da nossa pátria.
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Ele foi um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutou na Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
Em nota, a 3ª DE prestou seus sentimentos ao ex-combatente da FEB.
Neste momento de dor, os integrantes da 3ª Divisão de Exército - Divisão Encouraçada, externa com grande sentimento a perda do ex-combatente, que deixa aos seus familiares e amigos o testemunho da mais profunda admiração e respeito.
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No último dia 20, a esposa Nadir Portela faleceu de causas naturais, em casa, aos 95 anos. Na mesma data em que o casal celebrava os 76 anos de união.
O pracinha Aribides Rodrigues Pereira deixa um único filho, nora e neta.
Relembre quem foi o pracinha Aribides Rodrigues Pereira
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Aribides lutou na Segunda Guerra Mundial contra os nazistas, integrando a FEB nas tomadas de Montese e de Monte Castello, na Itália, em 1944. Na ocasião, os pracinhas fizeram a 'cobra fumar' em alusão às críticas de que o Brasil só entraria na guerra se 'a cobra fumasse'. Esta possibilidade acabou sendo o símbolo da FEB. Ele era o último no pracinha que ainda estava vivo em Santa Maria. Na região, segue vivendo, em Júlio de Castilhos, o ex-combatente Taltibio de Mello Custódio.
Em 25 de fevereiro de 2021, poucos dias após os 76 anos da tomada do Monte Castello (21 de fevereiro de 1945) a página Memória, do Diário, publicou um texto referente a esta ocasião. Com informações da Seção de Comunicação Social da 3ª DE, o texto relembra o que a tomada representava:
"A missão era conquistar uma elevação na região dos Apeninos: Monte Castello. Para que os Aliados pudessem alcançar Bolonha, era preciso romper a Linha Gótica, um complexo defensivo dos alemães, formado por fortificações nos montes Apeninos. Se conseguissem rompê-la, os Aliados poderiam utilizar uma estrada conhecida como Rota 64.".
Ainda no texto havia uma fala dos ex-combatente Aribides e Taltibio de Mello Custódio:
- A ocupação não foi nada fácil. A missão era envolver todo o morro em coordenação com a ofensiva americana que já havia conquistado Belvedere e arrancar Monte Castello do domínio alemão até o fim da tarde.
Em novembro de 2020, a 3ª Divisão de Exército homenageou o aniversário de 100 anos de Aribides, no condomínio onde morava. O ato contou com a presença da Banda de Música da 3ª DE e integrantes da Seção de Comunicação Social da Divisão Encouraçada.
Em 22 de fevereiro o Diário cobriu outra homenagem ao ex-combatentes. Na época, Aribides disse lembrar "da chegada e da saída dos combates, de quando a gente viajou e chegou no acampamento. Lembro do barulho dos tiros que eram para valer, não era de brinquedo".
Na página Com a Palvara, de 7 de setembro de 2017, uma entrevista com Aribides abordou assuntos sobre a guerra. Ele se mostrou orgulho em integrar a FEB aos 23 anos de idade e ter atuado em 222 dias de guerra.
*Gabriel Marques